Olá Francisco, Legal saber de seu interesse pelo Vedanta. Existe um ditado na Itália (onde eu vivi por muitos anos) que diz; todas as ruas nos levam a Roma. Do mesmo modo, nós podemos dizer que todos os caminhos espirituais nos levam ao Vedanta. O motivo de tal afirmação é baseada no fato de que Moksha, ou Liberação só é possível através da investigação direta (utilizando o intelecto) sobre a natureza da consciência universal, que é a consciência única que permeia e anima o todos os seres vivos.
Acontece que o Vedanta é uma metodologia de ensino completa e voltada exclusivamente a essa investigação. Naturalmente o Ser aparece como muitos indivíduos, mas em realidade o Ser Universal nada mais é que você em sua essência; consciência pura. Tudo isso para dizer que Vedanta é o último estágio nesse processo de descoberta do Ser. Depois que você chegou nele você pode relaxar, porque não existe nada mais direto, potente e eficaz que o Vedanta.
Vedanta é o último trem no seu retorno ao seu próprio Ser, e a curiosidade é que se trata de um retorno sem alguma locomoção ou ação. Você simplesmente compreende quem você é, você reconhece que você sempre foi e sempre será o único ser que existe. Você nunca saiu dele e consequentemente não precisa retornar para ele. É tudo uma questão de compreensão. Vedanta é a ciência da realidade a qual revela a real identidade do indivíduo através da análise da não-examinada lógica de nossa própria experiência do dia a dia.
Em relação as práticas que você utilizou no passado e as que você ainda utiliza, é muito importante que você saiba que nenhuma delas irá produzir o resultado desejado; que é o fim do senso te limitação e inadequação do indivíduo, em outras palavras, o fim da busca. Mas isso não significa que essas práticas não tenham o seu valor, não! Elas tem a função de produzir a qualificação espiritual mais fundamental para a realização do Ser; a maturidade.
A maturidade é a compreensão clara de que nenhuma ação (ou prática) com o objetivo de obter um resultado produzirá aquilo que você já possui. Nenhum objeto de experiência produzirá o fim da busca (a descoberta do Ser) porque a natureza de todas as experiências é a impermanência. Experiência sempre passa, acaba, chega ao fim... Aquilo que nos somos não é uma experiência, mas o Ser universal, a sempre permanente Consciência que ilumina todas as experiências.
A outra coisa importante de compreender é que todas ações acontecem em dualidade onde três elementos são envolvidos, O fazedor da ação (o ego), a ação, e o resultado da ação. Em outras palavras, o experienciador, a experiência, e o objeto de experiência, a trilogia de Maya projetando dualidade através da lei universal karmica de causa e efeito. Mas como você já deve ter ouvido ou lido; realidade não é dualidade. Realidade é Não Dualística, portanto nenhuma ação dualística produzirá a compreensão da sua natureza ilimitada e não-dualística.
Todas as práticas podem produzir no máximo a purificação mental-emocional necessária para a investigação direta de nossa natureza não-dualística através dessa metodologia de ensino completa chamada Vedanta.
Nagarjuna
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